A cantora Lexa, de 29 anos, foi internada em estado grave na última segunda-feira (20) em São Paulo. A artista, que está grávida de seu primeiro filho com o ator Ricardo Vianna, foi diagnosticada com pré-eclâmpsia precoce, uma condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gestação.
Em um boletim médico divulgado pelo perfil oficial da artista no Instagram, foi informado que Lexa “está internada na Unidade Semi-Intensiva em virtude do quadro de pré-eclâmpsia precoce, para acompanhamento tanto do seu estado clínico quanto do desenvolvimento da sua bebê”.
De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a incidência de pré-eclâmpsia no Brasil varia entre 1,5% e 7%. Essa condição não possui uma causa única definida, mas está relacionada a fatores de risco, como hipertensão pré-existente, diabetes tipo 1 ou 2 antes da gravidez, doença renal, doenças autoimunes e uso da fertilização in vitro, conforme informações da Mayo Clinic.
Se não tratada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, que pode resultar em convulsões, ou para a síndrome HELLP, que envolve comprometimento do fígado e das plaquetas. Segundo Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma, a pré-eclâmpsia pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação, sendo mais comum no terceiro trimestre. “Exames pré-natais frequentes são essenciais para detectar sinais precoces e evitar complicações”, destaca.
Sintomas da pré-eclâmpsia
Segundo o Manual MSD, algumas mulheres podem não apresentar sintomas inicialmente, e a condição é frequentemente diagnosticada por meio de exames pré-natais. Em outros casos, os sintomas podem incluir:
- Inchaço nas mãos, nos dedos, no rosto, nos tornozelos e nos pés.
- Dores de cabeça intensas.
- Visão distorcida.
- Confusão mental.
- Dor na parte superior direita do abdômen.
- Náusea e vômitos.
- Dificuldade para respirar.
- Diminuição da urina.
- Pressão arterial elevada.
Além disso, na pré-eclâmpsia, os níveis de proteína na urina aumentam, indicando danos renais. Também pode ocorrer a diminuição dos níveis de plaquetas no sangue, conhecida como trombocitopenia, e o aumento de enzimas hepáticas que sinalizam problemas no fígado. Esses sintomas podem evoluir rapidamente, colocando em risco a vida da mãe e do bebê. “Esses sinais devem ser investigados o quanto antes”, alerta Nunes.
Tratamento da pré-eclâmpsia
O tratamento da pré-eclâmpsia envolve repouso, uso de medicamentos para controlar a pressão arterial e, em casos graves, a antecipação do parto para proteger a saúde da mãe e do bebê. “A principal meta é prolongar a gravidez o máximo possível sem comprometer a saúde de ambos. Isso exige uma avaliação individualizada e constante”, afirma a ginecologista. Em algumas situações, mesmo que o bebê não esteja a termo, o parto pode ser a única solução para preservar a vida de mãe e filho.
O acompanhamento pós-parto também é fundamental, pois a pré-eclâmpsia pode persistir ou surgir após o nascimento do bebê. “O cuidado com a saúde é prioridade em todas as gestações e, ao menor sinal de anormalidade, é essencial buscar avaliação profissional”, conclui Nunes.