O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quinta-feira (19) um prazo de cinco dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido da Polícia Federal (PF) para compartilhar os dados do inquérito do golpe. As investigações estão relacionadas à atuação da "Abin Paralela" durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
O pedido foi enviado ao ministro, que é relator do caso, no dia 6 deste mês, pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações. Segundo o delegado, as provas colhidas na investigação sobre a tentativa de golpe podem auxiliar a apuração do uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Participação da Abin
A Polícia Federal informou que policiais e delegados da corporação estavam cedidos para a Abin, e que esses servidores, juntamente com outros do órgão, teriam participado de uma organização criminosa. O objetivo seria monitorar ilegalmente autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
O compartilhamento do inquérito do golpe também poderá ser utilizado pela corregedoria da PF para apurar a conduta de seus profissionais que estavam cedidos à Abin.
Indiciamento de Bolsonaro
No mês passado, Bolsonaro e mais 36 aliados foram indiciados pela PF pela tentativa de golpe. De acordo com as investigações, o ex-presidente tinha conhecimento do plano para matar Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.