Orquestra Petrobras Sinfônica Celebra 90 Anos de Isaac Karabtchevsky com Concerto Especial no Rio de Janeiro
Nesta sexta-feira (27), às 19h, a Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES) fará uma apresentação especial na Cinelândia, em frente ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para celebrar os 90 anos de seu diretor artístico e maestro titular, Isaac Karabtchevsky. O concerto, organizado em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc RJ) e o Theatro Municipal, traz de volta uma das características mais marcantes da trajetória do maestro: a popularização da música clássica.
Durante décadas, Karabtchevsky esteve à frente de orquestras em concertos realizados em espaços públicos, como praças e parques, reunindo grandes públicos que interagiam com a música clássica. “Isso é algo totalmente inexplicável. É do ser humano ao se entusiasmar, se agitar. A música tem esse poder mágico”, afirmou o maestro em entrevista à Agência Brasil.
O desejo de democratizar a música clássica surgiu quando Karabtchevsky, ainda jovem, se deparou com teatros lotados de apenas 2 mil lugares. “Tão pouca gente para arte tão grandiosa”, refletiu. Um exemplo notável de seu trabalho foi o Projeto Aquarius, criado em 1972, onde a encenação da ópera Aída, de Verdi, atraiu cerca de 200 mil pessoas à Quinta da Boa Vista em 1986.
Karabtchevsky considera a reação do público a esses concertos como um ritual religioso, onde a música aproxima as pessoas, evocando emoções profundas. “A origem do ser humano foi sempre por meio de grupos que cantavam em volta do fogo”, disse ele.
O maestro, que desde cedo demonstrou interesse pela música, creditou sua trajetória à influência de sua mãe, que era cantora mezzo-soprano. “O elo de comunicação entre a matéria espiritual que é a música surgiu com a minha mãe”, relembrou Karabtchevsky. Desde criança, ele teve aulas de canto e, posteriormente, de instrumentos musicais, como o piano e o oboé.
Sua carreira inclui passagens por orquestras renomadas em Viena e Veneza, onde teve a oportunidade de dirigir óperas de compositores que sempre admirou, como Mozart, Verdi e Puccini. Em 2009, foi destacado pelo jornal britânico The Guardian como um dos ícones vivos do Brasil.
Para Karabtchevsky, estar à frente da Orquestra Petrobras Sinfônica é um privilégio. “É um grupo de músicos que ultrapassa a dimensão de uma simples orquestra. Ela é uma família”, afirmou. O diretor-presidente da OPES, Carlos Mendes, destacou a importância do maestro na popularização da música clássica, ressaltando o trabalho da orquestra nos últimos anos para atrair novos públicos.
Em caso de chuva no horário da apresentação, o concerto será transferido para o dia seguinte (28), no mesmo horário. O repertório da noite incluirá a Marcha Radetzky de Johann Strauss, Bolero de Maurice Ravel, Dança Húngara nº 5 de Johannes Brahms, Danúbio Azul de Johann Strauss Jr., Toccata – Trenzinho do Caipira de Heitor Villa-Lobos, Valsa das Flores de O Quebra-Nozes e a Abertura 1812 de Tchaikovsky.