Países restringem uso de DeepSeek por órgãos públicos


Após receber elogios de programadores e outros especialistas, a startup chinesa DeepSeek se destacou ao transformar um de seus modelos de assistentes virtuais (chatbot) em um dos mais baixados nas lojas online. No entanto, esse sucesso gerou uma abrupta queda no valor das ações de algumas das principais empresas de tecnologia do mundo e agora a DeepSeek enfrenta desconfiança e resistência em diferentes países.

Proibição na Austrália

Nesta terça-feira (4), o governo da Austrália anunciou a proibição do uso de produtos, aplicativos e serviços da DeepSeek em computadores e dispositivos móveis pertencentes ao Estado. Com essa medida, servidores públicos de todos os órgãos governamentais federais, exceto de organizações corporativas como a operadora postal e logística Australia Post e a empresa pública de comunicação ABC, terão que remover imediatamente qualquer produto da DeepSeek dos aparelhos estatais.

Segundo noticiou a ABC, a decisão atende às recomendações de agências de segurança e de inteligência que apontaram que a plataforma chinesa representava “um risco inaceitável” para o Poder Público. Contudo, o governo australiano ainda não detalhou quais seriam esses riscos.

Preocupações com Privacidade

No último dia 29, a ministra das Comunicações, Michelle Rowland, afirmou, em entrevista à Sky News, que a questão do armazenamento das informações pessoais que a DeepSeek e outras empresas de tecnologia colhem de seus clientes é “uma preocupação” levantada pelas agências de segurança australianas. “Certamente, continuaremos a monitorar isso. E tenho certeza de que países com ideias semelhantes farão o mesmo”, comentou a ministra.

Rowland destacou que as inovações tecnológicas emergentes geram oportunidades, desafiando os atuais modelos de negócios, mas também levantam preocupações quanto à privacidade e à segurança das pessoas.

Medidas em Outros Países

Em abril, o governo australiano já havia proibido o uso do TikTok em dispositivos móveis e computadores de órgãos federais, com os mesmos argumentos apresentados para banir o DeepSeek. Nos últimos dias, Itália e Taiwan também proibiram funcionários públicos de usar os produtos da DeepSeek em dispositivos governamentais.

Instituições estadunidenses, como a Nasa e o Pentágono, seguiram pelo mesmo caminho, indicando uma queda de braço entre a China e os Estados Unidos, onde a DeepSeek rivaliza com produtos semelhantes da Google e OpenAI. Em um comunicado a seus funcionários, a Nasa destacou que os servidores da startup chinesa “operam fora dos Estados Unidos, levantando preocupações em relação à privacidade e à segurança nacional”.

A autoridade italiana de proteção de dados (GPDP) determinou que os responsáveis pela DeepSeek restrinjam o processamento de informações de usuários italianos, em conformidade com as leis de proteção nacionais, e instaurou um processo para apurar a atuação da empresa chinesa no país.

Taiwan também apontou a necessidade de “proteger a segurança nacional da informação”, abrindo uma exceção na restrição de uso do chatbot da DeepSeek para instituições de ensino e pesquisa. Foi recomendada que, sempre que possível, os pesquisadores baixem os aplicativos chineses em máquinas que não contenham informações sensíveis e/ou estratégicas.



Fonte: EBC

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