Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem se tornado um tema central nas discussões sociais e tecnológicas, especialmente devido à popularização de ferramentas como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google. No entanto, uma tecnologia menos mencionada, mas com potencial revolucionário, são os agentes de IA. Especialistas apontam que, com os avanços dos grandes modelos de linguagem, a inteligência artificial geral (AGI) pode estar mais próxima do que se imagina.
A principal diferença entre AGI e as IAs convencionais é a capacidade de realização de tarefas autônomas. Enquanto as IAs atuais se limitam a funções específicas, como geração de texto, imagens e vídeos, os agentes de IA têm a capacidade de operar de forma mais independente dentro de contextos definidos. Apesar disso, muitos pesquisadores acreditam que ainda estamos distantes de alcançar uma AGI plena.
De acordo com a Microsoft, os agentes de IA não são uma novidade recente, mas ganharam destaque com os avanços em modelos de linguagem. Esses agentes podem colaborar com LLMs para aprimorar a eficiência das ferramentas de IA, permitindo uma execução mais autônoma de tarefas. A diferença crucial entre um agente de IA e uma inteligência artificial tradicional reside na autonomia e na habilidade de agir independentemente. Enquanto ferramentas como o ChatGPT dependem de interações diretas, os agentes de IA podem tomar decisões e interagir com sistemas sem comandos diretos dos usuários.
Para operar de forma autônoma, os agentes de IA utilizam tecnologias como:
- Aprendizado de máquina
- Processamento de linguagem natural
- Redes neurais
Essas técnicas permitem que os agentes analisem diferentes cenários, tomem decisões e busquem o melhor resultado dentro de parâmetros definidos. Ao desenvolver um agente de IA, especialistas determinam suas funções e critérios de decisão, possibilitando que ele analise possibilidades e selecione a ação mais adequada.
Um exemplo prático é o uso de agentes de IA no atendimento ao cliente, onde podem atuar como assistentes virtuais, respondendo perguntas e resolvendo solicitações de forma automatizada. O nível de autonomia desses agentes pode variar, permitindo que sigam fluxos predefinidos ou utilizem aprendizado contínuo para aprimorar suas respostas.
A regulamentação dos agentes de IA é um tema em debate, assim como ocorre com a inteligência artificial em geral. Muitos especialistas defendem a criação de normas para evitar usos inadequados, restringir a autonomia em determinadas áreas e estabelecer limites éticos. Um dos pontos mais críticos é a utilização de IAs autônomas em sistemas de armamentos, onde falhas inesperadas podem ter consequências desastrosas.
No Brasil, o Senado Federal aprovou a regulamentação das IAs no final de 2024, que agora aguarda aprovação na Câmara. O texto propõe estabelecer regras para proteger a população de possíveis falhas e garantir direitos aos artistas, que ainda carecem de respaldo legal sobre o uso de suas obras.