O que acontece quando dois ciclones colidem? Entenda as consequências


Pesquisadores da Universidade de Oldemburgo, na Alemanha, combinaram dados de satélites e modelagem numérica para entender o que acontece no oceano quando dois ciclones tropicais colidem. O objeto de estudo foram os fenômenos Seroja e Odette, de baixa intensidade, que se encontraram no Oceano Índico, no noroeste da Austrália, em 2021, por quase uma semana.

Em um artigo publicado na Tellus A: Dynamic Meteorology and Oceanography na sexta-feira (6), Oliver Wurl e Jens Meyerjürgens relataram as consequências do fenômeno e observaram efeitos que só teriam sido causados com a passagem de um ciclone muito mais forte.

“Essa cadeia de eventos não apenas influenciou os padrões climáticos, mas também desencadeou uma interação previamente não observada com o oceano abaixo”, explicou Wurl.

Devido ao encontro, as temperaturas da superfície do mar caíram 3 ºC após a fusão dos ciclones, que também fez com que massas de água fria, que estavam a 200 metros de profundidade, fossem levadas à superfície. Segundo os pesquisadores, esse resfriamento foi “excepcionalmente alto”. Se os ventos provocados foram equivalentes aos registrados em furacões da categoria 1 da escala Saffir-Simpson, a mudança na temperatura e a ressurgência de alta, por sua vez, correspondiam às observadas em furacões das categorias 4 e 5.

Apesar de a colisão de ciclones ser rara, sua frequência deve aumentar à medida que cresce o número de ciclones registrados no mundo em função do aquecimento global. O estudo indica ainda que é difícil prever como o fenômeno irá se comportar após a fusão, já que eles tendem a mudar de trajetória.

Os autores também alertam para o impacto das colisões no clima global, uma vez que a dinâmica de temperatura de todo o planeta pode ser afetada.

“Como resultado das interações de um ciclone com o oceano e da ressurgência de água fria e profunda, o oceano absorve calor adicional do ar e então o transporta para latitudes mais altas — um processo crucial que influencia o clima em todo o mundo”, explica Wurl.



Fonte: CNN BRASIL

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