Notícia da prisão de Corina, logo desmentida, tensiona posse de Maduro


A prisão da principal figura da oposição venezuelana, María Corina Machado, gerou grande repercussão nos meios de comunicação brasileiros na tarde de quinta-feira (9). Entretanto, autoridades da Venezuela rapidamente desmentiram a informação, afirmando que a ex-deputada teria criado um factóide para tentar “manchar” a posse do presidente Nicolás Maduro, prevista para esta sexta-feira (10).

O Que Aconteceu?

O Comando Com Venezuela, coalizão responsável pela campanha do candidato opositor Edmundo González Urrutia, indicado por Corina para concorrer contra Maduro, informou, às 16h21, que Corina foi “violentamente interceptada na saída do protesto” da oposição. O comunicado acrescentou que “efetivos do regime dispararam contra as motos que a transportavam”.

⚠️⚠️⚠️ María Corina (@MariaCorinaYA) foi violentamente interceptada a sua saída da concentração em Chacao. Esperamos confirmar em minutos sua situação. Efectivos do regime dispararam contra as motos que a trasladavam. — Comando ConVzla (@ConVzlaComando), 9 de janeiro de 2025

Minutos depois, a Agência Venezuelana de Notícias, um veículo estatal, contradisse a versão e afirmou que “fontes estatais desmentem que Maria Corina Machado havia sido presa e agredida neste 9 de janeiro”, publicando uma imagem de Machado conversando com um policial.

Vídeo que Confirma a Segurança de Corina

Quase simultaneamente, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, divulgou um vídeo onde Corina afirma estar segura e bem. No vídeo, ela menciona que, ao sair do protesto, “caiu minha carteira, mas já estou bem e Venezuela será livre”. Delcy questionou: “a quem ocorre montar semelhante show para tapar o estrondoso fracasso da sua convocatória de hoje?”

Os veículos chavistas utilizaram suas plataformas para afirmar que os protestos oposicionistas estavam esvaziados. Após a divulgação do vídeo, o Comando Com Venezuela publicou um novo comunicado às 18h02, informando que Corina foi obrigada a gravar vídeos e depois liberada.

“Maria Corina Machado foi interceptada e caiu da motocicleta em que estava. Armas de fogo foram disparadas durante o incidente. Ela foi levada à força. Durante seu sequestro, ela foi forçada a gravar vários vídeos e depois foi liberada”, detalhou o comunicado.

Manifestação de Corina e Respostas das Autoridades

No final da noite, às 21h51, Corina se manifestou em sua rede social, agradecendo a presença dos manifestantes no protesto e reforçando que foi detida temporariamente. “Meu coração está com o venezuelano que foi baleado quando as forças repressivas do regime me detiveram. Agora estou em um lugar seguro e mais determinado do que nunca a continuar com você ATÉ O FIM! Amanhã contarei a vocês o que aconteceu hoje e o que está por vir. A Venezuela será LIVRE!”, afirmou a ex-deputada.

María Corina Machado: “Hoy, el Bravo Pueblo demostró cómo se VENCE al miedo! Nunca me he sentido tan orgullosa de ser venezolana. Gracias, gracias, a todos los ciudadanos que salieron a las calles a reivindicar nuestra victoria del 28 de julio y a COBRARLA!” — (@MariaCorinaYA), 10 de janeiro de 2025

Para contrabalançar os protestos da oposição, as forças chavistas realizaram uma marcha em Caracas no mesmo dia em apoio à posse de Nicolás Maduro. Ao final, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, reiterou a versão oficial de que não houve qualquer detenção de Corina.

“Deixaram correr pelas redes a mentira de que ela foi sequestrada. Imediatamente comunicados de países, comunicados de ex-presidentes vagabundos, de organizações políticas rechaçando a detenção e exigindo a liberdade dela, mas essa senhora estava em sua casa desde cedo. Eu garanto: se a decisão fosse detê-la, ela já teria sido detida”, afirmou Diosdado.



Fonte: EBC

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