A prevenção contra a dengue deve ser uma responsabilidade de todos. Quanto maior for o esforço agora, menos pessoas adoecerão no próximo verão. Essa é a mensagem da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que participou, na manhã deste sábado (14), da mobilização do Dia D contra a Dengue, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.
"Cada um de nós tem responsabilidades, 75% dos focos se encontram nas nossas casas ou no entorno das nossas casas. [É preciso] conversar com as comunidades, alertar sobre como se proteger em relação à dengue", destacou a ministra, que agradeceu aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo esforço diário contra a doença.
Mobilização e Conscientização
O evento buscou mobilizar a população para ações de conscientização, como tampar caixas d’água, limpar calhas e fechar bem sacos de lixo. A ministra enfatizou a importância do comprometimento das administrações municipais na continuidade das medidas de prevenção, especialmente com a transição de poder após as eleições municipais de 2024.
"As prefeituras devem sempre seguir a linha de não deixar o lixo urbano e a água acumular", lembrou Nísia.
Previsão de Casos
Nísia Trindade explicou que as autoridades sanitárias estão constantemente estudando a previsão da incidência da dengue para o próximo verão.
"O que temos neste momento é a clareza de que quanto mais fizermos agora, mais reduziremos os casos. Que teremos muitos casos de dengue [no próximo verão], provavelmente teremos por temperaturas altas e chuvas", afirmou.
Ela também apontou que há indicativos de uma provável concentração maior de casos nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, relacionada à falta de exposição a alguns sorotipos da dengue em anos anteriores.
Origem da Doença
A dengue é causada por um vírus transportado por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. A mobilização visa conscientizar tanto a população quanto os agentes públicos sobre a importância de reduzir os locais disponíveis para a procriação do mosquito.
Sintomas e Tratamento
A ministra ressaltou que, quem apresentar sintomas de dengue, como febre, manchas vermelhas no corpo e dor atrás dos olhos, deve procurar uma unidade de saúde.
"A dengue é uma doença que não é para matar, porque com hidratação e com cuidado adequado evitamos o pior", acentuou.
Em 2024, as unidades federativas com a maior incidência da doença foram o Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná. Contudo, especialistas têm observado um crescimento no número de casos nas regiões Sudeste e Sul, com São Paulo registrando a maior quantidade de casos graves e mortes.
Perfil dos Infectados
A faixa etária mais afetada está entre 20 e 29 anos, e 55% dos infectados são mulheres. Idosos, bebês, grávidas e pessoas com condições de saúde têm maior risco de desenvolver complicações.
Os principais sintomas da dengue incluem febre alta repentina, dor de cabeça, prostração e dores nos músculos, articulações e atrás dos olhos. O agravamento do quadro pode ser indicado por vômitos, dor abdominal e sangramento das mucosas.
"Desde os primeiros sintomas é preciso procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto", alertou a ministra.
Não há um tratamento específico contra a dengue, e a automedicação deve ser evitada, pois alguns remédios podem favorecer hemorragias.
Colaborou Maurício Almeida, da TV Brasil