Febre Amarela: Especialista Afirma que Macacos Não Transmitem a Doença


A febre amarela continua a ser uma preocupação para autoridades de saúde e para a população. Em São Paulo, foram registradas duas mortes pela doença em 2025, além de seis casos confirmados somente neste mês. Em entrevista à CNN, Tatiana Lang, diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), esclareceu um ponto fundamental: os macacos não são transmissores da febre amarela, mas sim vítimas da doença.

Lang afirmou: “Nós não podemos ter o macaco como um vilão, ele é uma vítima tanto quanto nós seres humanos”. Essa declaração surge em resposta a um histórico de desinformação que levou a ataques contra esses animais, motivados pelo medo infundado de transmissão da doença.

Ciclo da febre amarela

A especialista explicou que os macacos, ao habitarem áreas de mata, são frequentemente picados por mosquitos contaminados, resultando em sua infecção e, frequentemente, na morte. “Quando o mosquito está contaminado, ele pica o macaco, contamina o macaco e ele morre”, detalhou Lang. Esses primatas, longe de serem ameaças, desempenham um papel crucial no monitoramento da doença. “Nós utilizamos isso como o que chamamos de sentinela”, afirmou, ressaltando que a morte desses animais serve como um alerta para as autoridades de saúde, indicando a circulação do vírus em uma determinada região.

Monitoramento e vigilância epidemiológica

Lang enfatizou a importância do chamado “monitoramento das epizootias”, que envolve a observação e registro das mortes de primatas não humanos. Este processo é essencial para a vigilância epidemiológica, permitindo uma resposta rápida das autoridades de saúde quando há indícios de circulação do vírus da febre amarela em áreas específicas. A entrevista sublinha a necessidade de educação pública sobre o tema, visando combater mitos e promover uma compreensão mais precisa sobre a dinâmica da febre amarela na natureza.

Proteger os macacos, segundo a diretora, é não apenas uma questão de preservação ambiental, mas também uma estratégia importante para a saúde pública.



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