Lula critica a ausência de planejamento orçamentário para bens patrimoniais.


O desmoronamento da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador, levantou preocupações sobre a gestão de patrimônio histórico no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a tragédia é um reflexo da falta de planejamento orçamentário, um aspecto que deveria ter sido considerado no momento em que a igreja foi tombada como patrimônio histórico.

Durante uma entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, Lula enfatizou que a situação é comum em várias partes do país, resultando em muitos prédios abandonados. “Precisamos rever isso e ter responsabilidade ao fazer um tombamento, visando sua manutenção. Caso contrário, vai ter muita coisa tombada no Brasil caindo”, afirmou.

O presidente lamentou a queda da igreja e expressou sua solidariedade às pessoas afetadas pelo incidente. Ele já instruiu autoridades federais, incluindo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a se deslocarem à Bahia para avaliar a situação.

Lula também abordou a questão do orçamento destinado à manutenção de prédios tombados, ressaltando que “todas as propostas de tombamentos precisam vir acompanhadas de orçamento para sua manutenção”. Ele mencionou as dificuldades enfrentadas para realizar obras de recuperação na Praça dos Três Poderes, em Brasília, após a destruição causada pelos atos golpistas de 8 de janeiro, afirmando que “é tudo interminável. É tudo complicado”.

O presidente destacou ainda que, em vários estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, há prédios tombados, mas sem a destinação de recursos para sua conservação. “Tomba e a coisa vai apodrecendo, envelhecendo, caindo”, criticou, cobrando mais responsabilidade de quem propõe o tombamento e a aprovação das leis relacionadas.



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