Justiça aceita denúncia contra Eduardo Requião por corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.


O Natal de 2024 na casa de Eduardo Requião foi marcado por um momento delicado, com a aceitação da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e sua família. No dia 18 de dezembro, a Justiça Federal do Paraná acolheu as acusações de associação criminosa e lavagem de dinheiro, incluindo a corrupção como crime adicional para Eduardo Requião.

O juiz substituto Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre, da 14ª Vara Federal de Curitiba, abriu um prazo para que os acusados apresentassem suas respostas e manifestassem interesse em um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP). Este acordo permite que os réus confessassem os crimes, devolvessem os recursos desviados e pagassem multas, em troca do arquivamento da ação penal. Contudo, o MPF decidiu não propor o ANPP, citando a "habitualidade das condutas criminosas" e o fato de que alguns dos réus já haviam sido beneficiados em outro processo.

As investigações revelaram que a família de Eduardo Requião esteve envolvida na lavagem de mais de R$ 3 milhões e na ocultação de R$ 6,6 milhões. As contas de Ana Helena, esposa de Requião, e dos filhos foram utilizadas para movimentar esses recursos, que eram oriundos de propina. Embora os familiares tenham um papel secundário na prática delituosa, as ações de Eduardo Requião e do empresário Valmor Felipetto, dono da Harbor Operadora Portuária Ltda, foram centrais na operação.

A Polícia Federal descobriu um esquema que utilizava contas bancárias internacionais para receber propina relacionada a contratos do Porto de Paranaguá. Entre 2009 e 2017, Eduardo Requião e Valmor Felipetto ocultaram valores de corrupção em uma conta na Áustria, totalizando EUR 1.090.405,55, equivalente a aproximadamente R$ 5,8 milhões.

A investigação começou acidentalmente, quando a PF monitorava Cláudio José de Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin”. Durante a apuração, uma transferência de R$ 530 mil feita por Felipetto levantou suspeitas, revelando uma dívida de R$ 3 milhões com Eduardo Requião. Esse "encontro fortuito" levou à abertura de um inquérito, resultando na operação Serendipitia.

Além de Eduardo Requião e seus familiares, a Justiça Federal também tornou réu Valmor Felipetto e outras quatro pessoas, acusadas de realizar operações de câmbio não autorizadas para promover a evasão de divisas do país. O Blog Politicamente tentou, sem sucesso, contato com Eduardo Requião e os demais réus para comentar o caso, mantendo o espaço aberto para suas manifestações.



.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *