O desabamento do teto da Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador, gerou grande comoção e chamou a atenção para a situação do patrimônio histórico. Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), afirmou que não havia indícios de riscos emergenciais na estrutura do edifício, que é considerado patrimônio público desde 1938 e monitorado pelo instituto há cerca de 80 anos.
### Reformas e Vistoria
Apesar de ter passado por reformas recentes, que incluíram a troca de azulejos e o tratamento do pináculo, Grass destacou que essas intervenções não identificaram danos estruturais. “Não havia uma sinalização específica de emergência”, afirmou, ressaltando que a Defesa Civil também não detectou problemas que pudessem comprometer a segurança do local.
Na segunda-feira anterior ao desabamento, o Frei Pedro, responsável pela igreja, enviou um pedido formal de vistoria ao Iphan, mencionando uma “alteração visível no fundo” da estrutura. O pedido foi recebido pelo instituto na terça-feira (4) e uma visita estava agendada para quinta-feira (6), um dia após o acidente, com o objetivo de avaliar uma dilatação no forro do teto.
Grass explicou que este tipo de solicitação é rotina para o Iphan: “São dezenas, centenas de processos como esse que são de vistoria técnica, fiscalização que o Iphan realiza”.
### Investigação em Andamento
Após o trágico incidente, que resultou na morte de uma mulher e deixou cinco pessoas feridas, Grass enfatizou que uma investigação está em andamento. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Bahia ficará responsável por apurar as circunstâncias da morte da turista.
“Estamos identificando, de fato, tudo o que aconteceu e os documentos que estavam nesse processo”, declarou o presidente do Iphan.
A situação reforça a importância de uma gestão eficiente do patrimônio histórico e a necessidade de monitoramento constante para garantir a segurança de locais que são parte da herança cultural do Brasil.
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