O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu, nesta segunda-feira (20), uma extensa reunião com seus 38 ministros, que durou cerca de 7 horas. O encontro, realizado na Residência Oficial da Granja do Torto, em Brasília, teve início às 9h30 e foi a primeira reunião ministerial do ano, focando no balanço de 2024 e no planejamento para 2025 e a segunda metade do mandato.
Após a reunião, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, se dirigiu à imprensa para destacar alguns pontos discutidos. Durante a abertura do encontro, Lula enfatizou que todas as portarias e normas editadas pelos ministérios devem ser submetidas à aprovação da Presidência, por meio da Casa Civil. "Independentemente de qual seja o instrumento, se instrução normativa, portaria ou decreto, é importante que haja centralidade nas decisões e nos anúncios," afirmou Rui Costa.
O ministro também ressaltou a importância de uma comunicação eficaz, especialmente em tempos de desinformação. "Nesse mundo de alta velocidade da comunicação, a informação organizada deve chegar primeiro à população, antes de qualquer mentira," completou. A proposta é que qualquer medida que impacte políticas públicas seja precedida por um plano de comunicação que esclareça as mudanças à população.
Além disso, Rui Costa deixou claro que não haverá uma alteração formal no fluxo de decisões políticas, mas sim um novo enfoque nas ações de todas as pastas do governo. "Definitivamente não podemos permitir que a mentira prevaleça sobre a verdade," insistiu.
Sobre a recente onda de fake news relacionada a uma atualização na fiscalização do Pix, a Receita Federal revogou um ato normativo que ampliava o monitoramento de transações. O governo, então, editou uma medida provisória para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro.
Questionado sobre uma possível reforma ministerial, Rui Costa afirmou que essa decisão cabe ao presidente e pode ocorrer a qualquer momento. "Ele está refletindo, portanto, não há previsão nem data de início ou fim de uma reforma ministerial," declarou. O foco da reunião foi discutir metas para 2025, um ano que promete ser de "entregas" concretas, onde cada ministro terá sua própria meta.
Rui Costa também comentou sobre a importância do engajamento dos ministros, enfatizando que estes são agentes políticos e devem dialogar ativamente com suas bancadas e partidos. "Estamos tratando de política, e o presidente deseja que os ministros se comuniquem com suas bancadas para que isso faça parte da percepção da população," disse.
Em relação ao compromisso fiscal, Rui Costa reiterou que essa responsabilidade é do governo como um todo. "Nós bloqueamos, no ano passado, R$ 20 bilhões de investimento. Não estou falando de previsão, mas de fatos," afirmou, acrescentando que medidas necessárias para equilibrar as contas públicas serão tomadas sem anúncios antecipados.
Sobre a recente volatilidade do dólar, que se encontra na faixa de R$ 6,04, Rui Costa expressou otimismo. "O que a realidade vai mostrando é que o dólar vai caindo. Com a posse do novo presidente dos Estados Unidos e os números robustos da economia brasileira, acredito que o dólar volte a um patamar mais condizente com a realidade," concluiu.