Cientistas brasileiros descobriram um fóssil de cnidário com mais de 400 milhões de anos na Formação Ipu, localizada na Bacia do Parnaíba. Surpreendentemente, o exemplar da espécie, que habitou a Terra há tanto tempo, apresenta mais semelhanças com os animais modernos do que com os seres do passado.
Os cnidários, que incluem água-viva, anêmonas-do-mar, corais e hidras, são raramente encontrados em registros fósseis, com apenas alguns representantes documentados que datam da Era Paleozoica — um período que abrange entre 542 e 251 milhões de anos.
O fóssil foi descoberto na Formação Ipu, uma unidade geológica que abrange os estados do Maranhão, Piauí e Ceará. O grupo de pesquisadores é formado por especialistas da USP (Universidade de São Paulo), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), UVA (Universidade Estadual Vale do Acaraú) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). O resultado da investigação foi publicado na revista científica Earth History and Biodiversity.
A fossilização do cnidário da espécie Arenactinia ipuensis ocorreu devido à presença de uma comunidade de microorganismos ao redor do animal, além da rápida deposição de sedimentos de grãos grossos e outros fatores que facilitaram a preservação. Este é o maior exemplar já encontrado, medindo 14 centímetros de altura, e estima-se que tenha vivido há 400 milhões de anos.
Com a análise deste fóssil, os cientistas esperam aprofundar seus conhecimentos sobre a anatomia interna e externa, o estilo de vida e a relação do cnidário com o substrato em que habitava. O estudo também permitirá comparações com outros organismos do mesmo período.