A dor nas costas se tornou uma preocupação significativa de saúde pública entre a população idosa no Brasil. Estudos mostram que a dor lombar é uma das principais causas de incapacidade no mundo, afetando a mobilidade, a qualidade de vida e a capacidade de realizar atividades diárias. Com o aumento da população com mais de 50 anos, espera-se que o impacto da dor nas costas cresça, especialmente entre aqueles que levam um estilo de vida sedentário.
As pesquisas indicam uma forte correlação entre o envelhecimento e a prevalência de condições musculoesqueléticas crônicas. Dados do Ministério da Saúde de 2023 revelam que quase 37% dos brasileiros acima de 50 anos sofrem de dores crônicas, sendo a dor nas costas uma das queixas mais frequentes. Essa situação reflete padrões globais identificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), onde a dor lombar é uma das principais causas de anos de vida ajustados por incapacidade entre os idosos.
Sedentarismo e dor nas costas
Um dos principais fatores que contribuem para esse fenômeno é o comportamento sedentário. Muitos idosos enfrentam barreiras para manter um estilo de vida ativo, como acesso limitado a espaços públicos para exercícios e educação insuficiente sobre práticas preventivas. O sedentarismo enfraquece os músculos que sustentam a coluna, resultando em má postura e maior suscetibilidade à dor. Além disso, a obesidade, que sobrecarrega ainda mais a coluna, intensifica o desconforto crônico.
Os impactos econômicos e sociais da dor nas costas entre os idosos são significativos. A dor crônica está associada à redução da produtividade, ao aumento dos custos de saúde e à diminuição da qualidade de vida. Um artigo recente do Journal of Pain destaca a gravidade dessa situação. Para o sistema de saúde brasileiro, que já enfrenta disparidades no acesso aos serviços, o crescente ônus da dor nas costas representa um desafio sério. Idosos de faixas de renda mais baixa frequentemente não têm acesso a intervenções como fisioterapia, que são essenciais para gerenciar e mitigar a dor crônica.
A importância da prevenção
Apesar dos desafios, há esperança na prevenção e intervenção precoce. Promover atividades físicas adequadas para idosos, como caminhadas, exercícios de alongamento e treinamento de força de baixo impacto, pode reduzir significativamente o risco de dor nas costas e melhorar a saúde geral. Estimular a boa postura, manter um peso saudável e garantir suporte ergonômico adequado nas atividades diárias são estratégias simples, mas eficazes.
Políticas de saúde que priorizem a educação e o acesso a programas de fisioterapia e exercícios comunitários podem desempenhar um papel crucial na redução do impacto da dor nas costas na população idosa do Brasil. À medida que o Brasil envelhece, abordar a dor nas costas e os fatores que contribuem para ela deve se tornar uma prioridade nas estratégias de saúde pública. Promover hábitos saudáveis e incentivar uma cultura de movimento entre os idosos não é apenas uma maneira de reduzir a dor, mas também um passo vital para melhorar a saúde populacional e garantir um envelhecimento digno, com mobilidade e independência.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Dor nas costas e sedentarismo: idosos estão em maior risco desta correlação no site CNN Brasil.