O episódio que envolve o áudio em que o ex-superintendente da prefeitura de Curitiba, Antonio Carlos Pires Rebello, é acusado de supostamente coagir servidores a adquirir convites para um jantar em apoio ao candidato Eduardo Pimentel, é considerado um dos fatores que levaram a eleição na capital a ser realizada em dois turnos.
Quase quatro meses após a divulgação do áudio, o advogado de Rebello, Luis Gustavo Janiszewski, anunciou que pretende contestar a validade do conteúdo, sugerindo que ele pode ter sido editado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
Janiszewski, que representa Rebello em uma ação de investigação judicial eleitoral, declarou ao jornal que seu cliente não exerceu coação, mas sim fez “um convite informal, sem imposição”. Ele também ressaltou que a validade dos áudios será questionada. "Temos que questionar estas supostas gravações vazadas para a imprensa. É perigoso pegar pequenos trechos de conversas gravadas de maneira clandestina para se concluir algo. Não sabemos se tem validade jurídica", afirmou.
Desde que o caso foi revelado, em 1º de outubro, durante a campanha eleitoral, Rebello se afastou publicamente, especialmente após sua exoneração do cargo em comissão. Ele não se manifestou sobre o episódio. A prefeitura de Curitiba, na época, informou que se tratava de um ato isolado, alegando que Rebello atuou por conta própria, sem ordens superiores. O advogado reforçou essa linha de defesa, afirmando que "não teve nenhuma ordem de autoridade, de cima para baixo".
Janiszewski acrescentou que “o que existiu foi um chamamento para que houvesse colaboração com o partido, uma conversa informal. Não existiu uma imposição. Caso um funcionário não colaborasse, não teria qualquer tipo de consequência. E a doação para o partido não estava vinculada a cargo, não havia troca de favores”.