A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (16), o policial militar identificado como autor dos disparos que mataram o delator Vinícius Lopes Gritzbach. Ele foi assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro do ano passado.
Operação Prodotes
A prisão faz parte de uma operação deflagrada nesta manhã pelo órgão, com o objetivo de cumprir um total de 15 mandados de prisão e sete de busca e apreensão contra policiais militares suspeitos de estarem envolvidos com uma organização criminosa. Os mandados estão sendo cumpridos em endereços da capital e Grande São Paulo. A ação, denominada Prodotes, conta com a participação da força-tarefa instituída pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), que busca identificar outros envolvidos e eventuais mandantes do crime.
Vazamentos e Investigações
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a investigação começou em março do ano passado, quando a corregedoria recebeu uma denúncia sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. A apuração evoluiu para um inquérito policial militar, instaurado sete meses depois. Após as investigações, a Corregedoria conseguiu, junto à Justiça, a expedição dos mandados.
Denúncias de Corrupção
Segundo a SSP, militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da instituição favoreciam membros da organização criminosa, evitando prisões ou prejuízos financeiros. Entre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça. Os policiais também prestavam escolta para criminosos, como era o caso de Gritzbach.
Assassinato no Aeroporto
Vinícius Lopes Gritzbach fez um acordo de delação com o Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo em março de 2024. O conteúdo da delação é sigiloso, mas, no último mês de outubro, o MP encaminhou à Corregedoria da Polícia trechos do documento, em que o delator denuncia policiais civis por extorsão. Em 31 de outubro, ele foi ouvido na Corregedoria, apenas oito dias antes de ser morto. Gritzbach também delatou um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pelo grupo criminoso PCC.
Destaques:
- Operação Prodotes: 15 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão.
- Vazamentos de informações: Denúncias de corrupção dentro da Polícia Militar.
- Vinícius Lopes Gritzbach: Delator assassinado com vínculos a extorsões e lavagem de dinheiro.