China planeja enviar robô voador para explorar água no lado oculto da Lua.


A China está se preparando para enviar um robô voador ao lado oculto da Lua no próximo ano, com o objetivo de procurar água congelada, um recurso que pode ser fundamental para a exploração lunar futura. Esta missão faz parte do ambicioso programa espacial do país, que inclui a missão Chang’e-7, prevista para o polo sul lunar. De acordo com informações da mídia estatal, a China planeja realizar o pouso de astronautas na Lua dentro de cinco anos.

Nos últimos anos, a China tem se esforçado para se afirmar como um importante player no setor espacial, em meio a um crescente interesse global, especialmente de nações como os Estados Unidos, que buscam não apenas benefícios científicos, mas também recursos e segurança nacional.

Embora a descoberta de água lunar não seja uma novidade, com cientistas chineses detectando água em amostras da sonda Chang’e-5 no ano passado e outras espaçonaves, como as da NASA e da Índia, já tendo identificado indícios de água na superfície lunar, a busca por gelo nas crateras do lado oculto da Lua é vista como crucial. Especialistas espaciais chineses afirmam que isso pode ser vital para futuras missões, pois o gelo poderia fornecer água para os astronautas.

“Existem algumas cavernas muito profundas no polo sul da Lua, e achamos que pode haver água lá”, afirmou Wu Weiren, projetista-chefe do Projeto de Exploração Lunar da China, em entrevista à CCTV. Ele destacou que o detector voador será crucial para inspecionar as crateras após o pouso.

A identificação de depósitos de gelo lunar poderia não apenas ajudar a sustentar a vida humana na Lua, mas também reduzir significativamente os custos das missões espaciais. No entanto, especialistas alertam que, apesar das promissoras descobertas, ainda existem desafios a serem superados para que a água lunar seja utilizada de forma prática, como para cultivo ou para consumo, dependendo de fatores como a abundância e a forma química da água.

Nos últimos anos, a Administração Espacial Nacional da China tem realizado uma série de missões robóticas cada vez mais complexas, incluindo o retorno de amostras do lado oculto da Lua no ano passado. O país planeja se tornar o segundo a pousar astronautas na Lua, com sua primeira missão tripulada programada para até 2030.

A missão Chang’e-7, agendada para 2026, contará com um orbitador, um módulo de pouso, um rover e o detector voador, que será projetado para realizar saltos entre áreas ensolaradas e crateras sombreadas, permitindo análises detalhadas sobre a localização e a quantidade de gelo lunar. Os especialistas afirmam que as condições adversas do local serão um grande desafio para o robô voador, que enfrentará temperaturas extremamente baixas, que não ultrapassam -157 °C nas áreas mais escuras do polo lunar.

Tang Yuhua, vice-projetista-chefe da missão, enfatizou a dificuldade de operar nas condições severas do ambiente lunar. “Trabalhar por um longo tempo sob essas circunstâncias é um grande desafio”, declarou ele à mídia estatal.



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