“Descubra como o Banco do Estado do Paraná se tornou um símbolo de identidade e desenvolvimento regional, atravessando gerações e deixando uma memória nostálgica que ainda vive entre os paranaenses.”
A história do Banestado, o Banco do Estado do Paraná, é repleta de memórias que marcaram gerações e carregam uma saudade nostálgica para muitos paranaenses. Fundado em 1928, o Banestado foi mais do que uma simples instituição financeira: ele acompanhou as transformações, os desafios e as conquistas do Paraná, participando ativamente do desenvolvimento econômico e social do estado. Sua presença se tornou um símbolo de identidade e, até hoje, quem viveu sua era sente falta de uma marca que sempre esteve ali, como uma parte da família.
Os Primeiros Anos: Construindo Confiança no Paraná
O Banestado surgiu em um período de efervescência econômica, impulsionado pelo crescimento das plantações de café e pelas migrações internas para o norte do estado. A partir de sua sede na famosa esquina das ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, em Curitiba, o banco expandiu suas operações com agências em cidades como Paranaguá e Jacarezinho, se aproximando das comunidades que impulsionavam o estado. Essa proximidade foi crucial, pois o banco não só atendia às demandas financeiras, mas também se tornava parte da vida cotidiana das pessoas, especialmente em momentos de incerteza econômica, como a crise de 1929.
Superando Desafios e Reafirmando a Identidade Regional
Na década de 1940, o Banestado demonstrou resiliência durante a Segunda Guerra Mundial, mantendo-se ao lado dos agricultores e empreendedores paranaenses. Com o tempo, o café voltou a impulsionar a economia do estado, e o banco esteve presente, apoiando a produção cafeeira. No entanto, as duras geadas de 1953 e 1955 devastaram as plantações, forçando o Paraná a se reinventar. Nesse momento, o Banestado assumiu um papel fundamental ao financiar novas culturas como trigo, cana-de-açúcar e algodão, e ao apoiar o desenvolvimento da indústria local. Esse período reforçou o papel do banco como um parceiro confiável para o desenvolvimento do estado, ajudando a transformar dificuldades em oportunidades.
A Era de Ouro: Modernização e Expansão Nacional
Na década de 1960, com o crescimento da indústria e da infraestrutura estadual, o Banestado viveu sua época de ouro. O banco investiu na modernização e diversificação de suas operações, acompanhando o surgimento de empresas como a Codepar, Telepar e Sanepar, fundamentais para o crescimento do Paraná. O banco cresceu, incorporou outras instituições e passou a expandir sua presença para fora do estado. Em cada nova agência, no Paraná ou fora dele, o Banestado era a extensão do Paraná pelo Brasil, levando consigo o orgulho de uma instituição que sabia cuidar do seu povo.
Anos 70 e 80: O Conglomerado Banestado e a Visão Internacional
Nos anos 70, o Banestado criou um conglomerado de empresas para acompanhar as tendências do setor financeiro e fortalecer suas operações. A construção do Centro Administrativo em Santa Cândida, Curitiba, foi um marco dessa fase de modernização. Além disso, o banco se destacou no financiamento das plantações de soja e trigo, produtos que colocaram o Paraná no mapa da exportação brasileira. Com a criação do Banco Del Paraná, em 1980, o Banestado foi além das fronteiras nacionais, apoiando empresários brasileiros no comércio exterior. Essa expansão internacional reforçou ainda mais o prestígio da marca, que já era referência para o povo paranaense.
A Década de 90 e o Legado de Saudade
Nos anos 90, o Banestado se transformou em um Banco Múltiplo, simplificando estruturas e incorporando novas tecnologias, mas as mudanças no sistema financeiro brasileiro e as políticas de privatização da época trouxeram uma nova realidade. Em outubro de 2000, o banco foi adquirido pelo Banco Itaú, encerrando uma era. Nessa época, o Banestado contava com 11.000 funcionários, 376 agências e era a referência bancária para mais de 550 mil clientes, entre pessoas físicas e jurídicas, incluindo o governo do estado.
A Saudade do Banestado
O Banestado não era apenas um banco; ele foi um verdadeiro pilar na vida de muitas famílias, um símbolo do que era “ser paranaense.” Para muitos, visitar uma agência era reencontrar rostos conhecidos, fazer parte de uma rede que sabia entender as necessidades locais. A saudade que o banco deixou não é apenas pela marca, mas pelo valor humano e pela proximidade que construíram ao longo das décadas. Quem viveu essa época lembra do Banestado com carinho, como uma parte especial da história do Paraná que jamais será esquecida.
Em tempos onde as instituições financeiras são cada vez mais digitais e globalizadas, a lembrança do Banestado é um lembrete de uma era em que os bancos tinham uma conexão pessoal com seus clientes, enraizados na cultura e no desenvolvimento de suas regiões. O Banestado fez parte da vida do Paraná, e mesmo depois de tanto tempo, sua memória permanece viva na saudade dos paranaenses.