Um novo recurso do Apple Watch promete ajudar na identificação dos primeiros sinais de apneia do sono moderada a grave. Disponível no Brasil desde o último sábado (14), essa funcionalidade atua como uma notificação que aponta indícios do distúrbio, caracterizado por interrupções frequentes da respiração durante o sono. Para viabilizar essa inovação, a Apple obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para equipamentos médicos. O algoritmo responsável pelas notificações de apneia do sono foi desenvolvido com o uso de aprendizado de máquina avançado, sendo treinado por meio de um conjunto de dados provenientes de testes clinicamente validados.
Para detectar a apneia do sono, o Apple Watch utiliza o acelerômetro para registrar pequenos movimentos do pulso enquanto o usuário dorme, correlacionando-os a interrupções dos padrões normais de respiração. Essa monitorização é realizada através da nova métrica chamada Distúrbios Respiratórios, que pode ser acessada no app Saúde nos dispositivos iPhone e iPad. Os dados são classificados como altos ou baixos e podem ser consultados em intervalos de um mês, seis meses ou um ano.
A cada 30 dias, os dados de distúrbios respiratórios são analisados, e o usuário recebe uma notificação caso haja indícios consistentes de apneia do sono moderada a grave. Essas notificações incluem informações sobre o período em que a possível apneia ocorreu, além de materiais informativos sobre a importância de buscar tratamento. Um PDF é gerado com dados sobre as alterações respiratórias dos últimos três meses, detalhes da notificação e orientações que podem ser úteis em conversas com profissionais de saúde. Os usuários têm a opção de compartilhar essas informações com médicos para uma avaliação mais detalhada e confirmação do diagnóstico.
O recurso foi validado em um estudo clínico inédito, onde cada participante identificado pelo algoritmo apresentava, no mínimo, um nível leve de apneia.
A apneia do sono é uma condição séria que se caracteriza pela interrupção da respiração durante o sono, resultando em uma diminuição do oxigênio no sangue e dificuldades para dormir. Indivíduos afetados frequentemente experimentam sonolência diurna, roncos altos e episódios de asfixia, que podem levar a frequentes despertares noturnos. Entre os fatores que elevam o risco de apneia estão a obesidade, o consumo excessivo de álcool e o uso de sedativos, conforme informado pelo Manual MSD. O diagnóstico pode ser realizado por meio de avaliação médica e polissonografia, que monitora ondas cerebrais, movimentos oculares e níveis de oxigênio durante o sono.
O tratamento normalmente envolve o controle dos fatores de risco, uso de dispositivos específicos e, em alguns casos, cirurgia das vias aéreas.