Volta às aulas: especialistas reforçam importância da vacinação



No retorno dos estudantes às salas de aula, é fundamental que os responsáveis verifiquem se a carteira de vacinação está em dia.

> “Toda vez que você tiver um grupo grande de crianças ou adolescentes convivendo, tem um aumento de risco de transmissão de doenças. Então, é por isso que vacinar significa se proteger daquela doença e também proteger a coletividade”, explica a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Balallai.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 16 vacinas para crianças e adolescentes, protegendo contra mais de 20 doenças, além de vacinas contra dengue, aplicada em regiões de maior risco, e contra a influenza, que possui campanha anual. Algumas vacinas requerem duas ou três doses, enquanto outras necessitam de reforço após algum tempo.

> “A gente fica num período de férias, naquele ambiente mais familiar, com possibilidade menor de contágio e depois passa para aquele ambiente escolar que, por mais seguro que seja, tem aglomeração”, alerta Ana Medina, imunologista e gerente médica de vacinas da farmacêutica GSK.

Isabella destaca que doenças infecciosas podem ter desfechos graves em crianças, mas são preveníveis por vacinas.

> “30% dos infectados por meningite pneumocócica morrem e 20% dos que têm meningite meningocócica morrem. E dos que sobrevivem, um em cada cinco vai ter sequela grave como amputação dos membros, entre outras, para o resto da vida”.

Essas doenças são causadas por bactérias do tipo pneumococo e meningococo, e o SUS oferece vacinas como Pneumo-10, Meningo C e Meningo ACWY, que protegem contra os sorotipos mais prevalentes. A coqueluche é outra preocupação, com mais de 6.700 casos registrados em 2024, 31 vezes mais do que em 2023, resultando em 28 mortes. A vacina Penta protege contra a coqueluche e outras infecções, sendo essencial que mulheres grávidas recebam o imunizante dTpa.

Isabela lembra que a covid-19 também é uma preocupação:

> “A pandemia está numa situação muitíssimo melhor, mas a gente ainda tem muitos casos e muitas mortes. E o segundo grupo que mais morre de covid-19 no Brasil é de crianças menores de 1 ano que não estão vacinadas”.

Desde o ano passado, a vacina contra a covid-19 faz parte do calendário básico do SUS, mas apenas 32,4% do público-alvo de até 4 anos tomaram pelo menos duas doses, segundo o painel de cobertura vacinal do Ministério da Saúde.

A vacinação de crianças e adolescentes é crucial para prevenir o adoecimento da população em geral, já que eles são grandes vetores de agentes infecciosos.

> “A literatura mostra que a primeira onda de casos de influenza na sazonalidade ocorre entre as crianças”, destaca Isabella.

Para interromper a cadeia de transmissão, recomenda-se que estudantes com sintomas como febre, tosse e coriza permaneçam em casa durante a doença e pelo menos 24 horas após a melhora dos sintomas. A vacinação dos profissionais das escolas também é essencial para evitar contaminações.

Ana Medina complementa que as escolas devem ser aliadas da vacinação, promovendo educação em saúde.

> “Tem que buscar fontes corretas de informação. A gente tem o site do Ministério da Saúde, com informações adequadas sobre atualização de carteira de vacinação”.

Os responsáveis não devem temer vacinar seus filhos, pois todos os imunizantes disponíveis para uso na rede pública ou privada passam por rigorosos testes de segurança.

> “E os estudos de segurança nunca param. Depois que a vacina é lançada no mercado, a gente tem o que chama de estudo de fase 4, que são os estudos de farmacovigilância”, explica Ana.

A segurança das vacinas é monitorada continuamente, e os principais efeitos colaterais são geralmente leves, como dor no local da aplicação. Isso é aceitável, especialmente quando comparado à gravidade das doenças que as vacinas previnem.



Fonte: AGÊNCIA BRASIL

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