Confronto entre torcidas organizadas resulta em violência e vandalismo em Recife
Horas antes do esperado clássico pernambucano, a rivalidade entre torcedores do Santa Cruz e do Sport se transformou em um violento confronto nas ruas de Recife. O evento, que antecedeu a partida pelo Campeonato Pernambucano, deixou um saldo de treze torcedores presos e levou a Justiça a banir as torcidas organizadas dos estádios por um período de cinco jogos.
Cenas de Violência
No sábado (1º), vídeos que circulam nas redes sociais revelaram a gravidade da situação, com torcedores armados com pedras e pedaços de madeira. Um dos episódios mais chocantes foi o brutal espancamento de um homem, que também sofreu abuso sexual durante o tumulto. A Polícia Militar mobilizou 680 policiais para conter a situação, mas o confronto gerou um verdadeiro “cenário de guerra” nas ruas, obrigando muitos comerciantes a fecharem suas portas.
De acordo com informações do Hospital da Restauração, doze pessoas deram entrada com ferimentos decorrentes das agressões. Na segunda-feira (3), quatro das vítimas permaneciam internadas em estado estável.
Ação da Justiça e Medidas de Segurança
Em resposta aos incidentes, a Justiça de Pernambuco determinou a prisão preventiva de treze torcedores. A decisão foi tomada em conjunto com a governadora Raquel Lyra e autoridades judiciais, que também implementaram a proibição das torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz nos estádios por cinco jogos em todas as competições no estado. Além disso, foi determinada a instalação de um sistema de reconhecimento facial nas entradas dos estádios.
Apesar da violência, a partida ocorreu no Estádio do Arruda, onde o Santa Cruz venceu o Sport por 1 a 0, diante de um público de 27.506 torcedores, o maior até o momento no Campeonato Pernambucano de 2025. Em decorrência dos eventos, o Sport suspendeu a venda de ingressos para seu próximo jogo contra o Fortaleza, pela Copa do Nordeste, em função da proibição da torcida.
Reações das Instituições
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, defendeu a realização do jogo, afirmando que “não fazia sentido cancelar” a partida. Por outro lado, o Sport se manifestou contra a punição de “fechamento” de portões, ressaltando que a segurança é responsabilidade do poder público. O Santa Cruz, até o momento, não se pronunciou sobre a decisão judicial.
A situação evidencia a necessidade urgente de medidas efetivas para garantir a segurança nos eventos esportivos e proteger os torcedores de atos de violência.