Novas descobertas revelam informações importantes sobre os movimentos e ciclos de vida das abelhas. Pesquisadores da Universidade Penn State (PSU) utilizaram minúsculos códigos QR, colados nas costas dos insetos, para rastrear seus deslocamentos. Segundo um comunicado da universidade, as análises indicam que, embora a maioria das abelhas passe apenas alguns minutos fora de suas colmeias, uma fração significativa pode ficar até duas horas em busca de alimento.
A coautora do estudo, Margarita López-Uribe, professora associada de entomologia da PSU, comentou: “Isso sugere que a maior parte do forrageamento que as abelhas fazem ocorre muito próximo à colmeia.” Além de procurar alimento, as abelhas que realizam jornadas mais longas podem estar explorando novos locais, enquanto algumas podem nunca retornar à colônia.
Tradicionalmente, acredita-se que as abelhas tenham uma vida média de 28 dias. No entanto, a coautora do artigo, Robyn Underwood, educadora da Penn State Extension em apicultura, explicou que os dados sugerem uma expectativa de vida maior. “Estamos vendo abelhas forrageando por seis semanas, e elas não começam a fazer isso até terem cerca de duas semanas de idade, então elas vivem muito mais do que pensávamos,” disse Underwood.
A equipe de pesquisa, composta por entomologistas e engenheiros elétricos, utilizou AprilTags, um tipo de código QR menor que a unha do dedo mindinho, colando-os com cuidado nas abelhas. “Se você não adicionar cola suficiente, as abelhas podem remover a etiqueta, mas se adicionar demais, você pode sujar todo o corpo delas,” explicou Underwood. Com um sistema de imagem automatizado, os pesquisadores monitoraram os movimentos dos insetos por meio de uma entrada personalizada da colmeia, 24 horas por dia, sete dias por semana, conseguindo rastrear mais de 32.000 abelhas.
Esse método inovador amplia as práticas convencionais de observação em campo, que dependem de registros humanos em períodos limitados. “Um dos objetivos de desenvolver este sistema de código aberto e com equipamentos de baixo custo era poder transferir este método para ser replicado em dezenas (ou centenas) de paisagens,” afirmou López-Uribe.
Os pesquisadores buscam entender até que distância as abelhas voarão em busca de alimento, considerando a disponibilidade de fontes próximas. “A premissa subjacente do estudo é que se as colmeias forem colocadas em áreas com alimentos de alta qualidade suficientes, elas tenderão a forragear perto das colônias, significando que os apicultores poderiam ‘limitar’ a área de forrageamento das abelhas,” disse a coautora.
O objetivo final da pesquisa é utilizar esses dados para fortalecer os padrões de apicultura orgânica nos Estados Unidos. Atualmente, as normas estipulam que as colônias devem ser situadas em áreas livres de pesticidas em um raio de cinco quilômetros. O artigo completo foi publicado no periódico HardwareX.