O vereador Fernando Morandi (PSB), recém-eleito na cidade de Porto Vitória, Paraná, com 252 votos, é um dos nomes que figura na lista suja do trabalho escravo, conforme divulgado pelo Ministério do Trabalho e atualizado em dezembro. Morandi, que ocupa a função de 2º secretário da Câmara Municipal, destaca-se como o mais votado na sua cidade, que possui pouco mais de 4 mil habitantes.
De acordo com uma reportagem do Portal G1, que fez um levantamento detalhado, o vereador está entre um grupo que inclui um prefeito e cinco vereadores eleitos em 2024, todos multados por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão. Essa informação foi divulgada na terça-feira (28), data que marca o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
As irregularidades identificadas em ações do Ministério do Trabalho, Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) incluem falta de acesso à água potável, condições insalubres e exposição a substâncias tóxicas. Desde 2003, o Ministério do Trabalho mantém e atualiza a lista suja, que é composta por empresas e indivíduos flagrados submetendo trabalhadores a essas condições.
Vale ressaltar que, apesar de estarem na lista, o prefeito e os vereadores têm a possibilidade de disputar e assumir seus cargos públicos, uma vez que a legislação eleitoral apenas impede aqueles que foram condenados judicialmente de maneira definitiva.
Além de Fernando Morandi, a reportagem do G1 menciona outros políticos, como o prefeito Marcus Rinco (União Brasil), de Alto Paraíso de Goiás (GO), e os vereadores Eduardo Lima (PSB), de Beberibe (CE); Fabiano (MDB), de Vera Mendes (PI); Manoel Nascimento (Republicanos), de Amarante (PI); e Gilvan Macedo (Avante), de Ipirá (BA).
Em uma conversa telefônica com o Blog Politicamente, Morandi confirmou que é proprietário de uma carvoaria e que foi alvo de uma fiscalização do Ministério do Trabalho. Ele justificou a situação, afirmando que seu irmão contratou três pessoas sem registro trabalhista por um breve período de 5 a 7 dias, o que resultou em uma multa durante a inspeção. O vereador também ressaltou que os trabalhadores não eram impedidos de deixar o local e mencionou que já respondeu a 14 ações, tendo parcelado as multas impostas e quitado suas pendências na Justiça. "Tá tudo certo já na Justiça, eu não sei o que a imprensa tá loqueando", comentou Morandi.