Ainda em construção em uma montanha do Chile, o Observatório Vera C. Rubin tem como objetivo passar os próximos 10 anos documentando o universo por meio do fenômeno das "estrelas vampiras", que explodem enquanto se alimentam de outras estrelas próximas. O projeto se baseará em dados obtidos a partir da observação de supernovas do tipo Ia, conhecidas por serem algumas das mais brilhantes já registradas no céu. A intenção é determinar a taxa de expansão do universo de forma mais precisa, ajudando assim a elucidar os mistérios da energia escura.
Anais Möller, membro da Rubin/LSST Dark Energy Science Collaboration, afirmou: “O grande volume de dados do Rubin nos dará uma amostra de todos os tipos de supernovas do tipo Ia em uma variedade de distâncias e em muitos tipos diferentes de galáxias”. O observatório será capaz de monitorar mudanças de brilho ou de posição dessas supernovas ao longo de uma década, permitindo que os cientistas compreendam melhor as variações no comprimento do universo ao longo do tempo.
Möller comparou o universo em expansão a um elástico sendo esticado: “Se a energia escura não for constante, isso seria como esticar o elástico em quantidades diferentes e em pontos diferentes. Acho que na próxima década seremos capazes de determinar se a energia escura é constante ou evolui com o tempo cósmico. Rubin nos permitirá fazer isso com as supernovas tipo Ia”.
As supernovas do tipo Ia surgem a partir da formação de uma anã branca, que é uma estrela que chegou ao fim de sua vida após esgotar seu combustível nuclear. Em vez de esfriar lentamente, essa anã branca pode se encontrar em um sistema binário, onde começa a "se alimentar", roubando material de sua estrela companheira até que, finalmente, exploda, resultando em uma supernova do tipo Ia.
A energia escura, um conceito introduzido pelos cientistas em 1998, busca explicar a expansão acelerada do universo. Embora a natureza exata da energia escura ainda seja um mistério, acredita-se que ela atue de maneira oposta à gravidade, acelerando a expansão do cosmos. Surpreendentemente, essa força não identificada representa cerca de 70% do nosso universo.
Os dados coletados sobre energia escura têm apoiado a teoria de Einstein, levando a novas descobertas e compreensões sobre o cosmos.