Estudo revela que homens cresceram mais rapidamente que mulheres no último século


No último século, a altura e o peso dos seres humanos aumentaram significativamente, impulsionados por melhorias na saúde e nutrição. No entanto, essa mudança não ocorreu de maneira uniforme entre os gêneros. Um estudo publicado na revista Biology Letters, no dia 22 de outubro, revela que os homens cresceram em altura e peso a mais do que o dobro da taxa das mulheres.

Pesquisadores da Itália, Estados Unidos e Reino Unido analisaram dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2003, que incluíam informações sobre mais de 100.000 pessoas em 69 países. O estudo também incorporou dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede o bem-estar humano em diferentes nações.

Os resultados mostraram que para cada aumento de 0,2 no IDH, havia um crescimento médio de 1,68 centímetros na altura das mulheres e 4,03 centímetros nos homens, além de um ganho de peso médio de 2,70 quilogramas para mulheres e 6,48 quilogramas para homens. Essa tendência foi corroborada por dados do Índice Gini do Banco Mundial, que analisa a desigualdade de renda em 58 países entre 2000 e 2006. Maior desigualdade estava associada a reduções na altura e peso, com cada unidade de aumento no Gini resultando em uma diminuição média de 0,14 centímetros em mulheres e 0,31 centímetros em homens.

Embora se possa imaginar que países mais desenvolvidos tenham populações geneticamente mais altas, o coautor do estudo, Lewis Halsey, professor da Universidade de Roehampton, argumenta que não é o caso. Análises de dados de altura de adultos do Reino Unido mostraram que entre 1905 e 1958, a altura média das mulheres aumentou 0,25 centímetros a cada cinco anos, enquanto a dos homens cresceu 0,69 centímetros.

Halsey sugere que a disparidade pode ser atribuída à seleção sexual. Historicamente, homens mais altos e fortes tinham mais chances de competir com outros homens e atrair parceiras, transmitindo seus genes. "As mulheres tendem a preferir homens mais altos", afirma Halsey, enquanto a altura das mulheres não é tão decisiva na escolha de parceiros.

O professor Bogusław Pawłowski, da Universidade de Wrocław, destaca que em contextos de melhoria ecológica ou econômica, os homens geralmente se beneficiam mais biologicamente do que as mulheres. Em contrapartida, em ambientes de escassez, as mulheres tendem a se sair melhor.

Dentro de populações com melhores condições de vida, a variação na altura entre indivíduos do mesmo sexo foi menor. O crescimento masculino requer mais energia e tempo devido à maior massa muscular, tornando os homens mais vulneráveis a influências ambientais e problemas de saúde. Diante de ambientes estressantes, a altura masculina é mais afetada do que a feminina.

Os autores do estudo concluem que as diferenças de altura entre os sexos podem ser biomarcadores úteis para monitorar mudanças na saúde populacional. O estudo sugere que características mais proeminentes em um sexo podem ser influenciadas por condições ambientais exigentes.



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