O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta sexta-feira (24) que o governo brasileiro está considerando a redução do Imposto de Importação para alguns alimentos, a fim de tornar esses produtos mais acessíveis no mercado nacional. Durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, Rui explicou que a medida está sendo estudada para garantir a paridade com os preços internacionais.
“O preço se forma no mercado, o mercado é competitivo. Se nós tornamos mais barato a importação desses produtos, vão ter vários fatores econômicos do mercado importando esses produtos, porque tem uma diferença de preço e, portanto, vão enxergar um lucro a ganhar”, destacou Rui, enfatizando que essa estratégia pode ajudar a reduzir o custo dos produtos internos.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, relembrou que uma ação similar foi implementada no ano passado para controlar os preços do arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul, que representa 70% da oferta nacional do produto. Na ocasião, a tarifa de importação de arroz foi zerada.
“A gente não quer fazer nenhum tipo de intervenção heterodoxa. Mas, se nós somos exportadores de alimentos, não pode o nosso alimento ser mais caro aqui do que tá lá fora”, afirmou Fávaro, ressaltando a necessidade de adequar as alíquotas para garantir a competitividade dos preços.
Lula coordenou uma reunião no Palácio do Planalto para discutir soluções para a redução dos preços dos alimentos, um tema que ganhou destaque no governo ao longo da semana. O presidente declarou que essa é a prioridade da gestão para 2025.
Rui Costa também enfatizou que o governo não adotará medidas heterodoxas como subsídios ou tabelamento de preços. A estratégia principal será estimular a produção agrícola local, focando em políticas públicas e recursos já disponíveis.
Com um clima favorável, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra recorde de grãos, com um aumento de 8% a 10% na produção. Fávaro reiterou que a produção de arroz deve crescer entre 12% e 13% em comparação ao ano anterior, o que já tem contribuído para a redução dos preços.
Além disso, Rui Costa anunciou que o Ministério da Fazenda irá analisar maneiras de diminuir os custos de intermediação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia mencionado a possibilidade de redução das taxas de vales-refeição e alimentação.
“A essência dessa medida será reduzir, portanto, se possível a zero, se não a uma taxa substantivamente inferior ao que o trabalhador paga hoje para utilizar seu cartão”, explicou Rui, destacando que essa alteração pode beneficiar 22 milhões de trabalhadores e melhorar seu poder aquisitivo na hora de fazer as compras no supermercado.