Israel solta 90 palestinos após libertação de três reféns do Hamas


Poucas horas após a libertação de três reféns israelenses pelo Hamas, Israel anunciou a liberação de 90 detidos palestinos nesta segunda-feira. A troca ocorreu dentro do contexto do cessar-fogo na Faixa de Gaza, que tem enfrentado mais de 15 meses de conflito.

Detalhes da Liberação

A Autoridade Prisional de Israel informou que "noventa terroristas" foram "libertados" da prisão militar de Ofer, localizada na Cisjordânia ocupada, e de um centro de detenção em Jerusalém. A libertação aconteceu pouco depois da meia-noite.

Centenas de pessoas seguiram os veículos que transportavam os prisioneiros em Beitunia, em direção a Ramallah, a sede da Autoridade Palestina. Durante o trajeto, os manifestantes agitaram bandeiras palestinas e de diversos movimentos, incluindo o Hamas. A maioria dos libertados é composta por mulheres e crianças.

"A espera foi extremamente difícil. Mas, graças a Deus, tínhamos a certeza de que um dia seríamos libertados", destacou a jornalista Bouchra al-Tawil, detida desde março do ano passado.

Reféns Israelenses Libertados

Horas antes, um dirigente do Hamas informou à AFP que três reféns israelenses foram "entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha" na cidade de Gaza. O Exército israelense confirmou a chegada das reféns, que são a britânica-israelense Emily Damari, de 28 anos, a romena-israelense Doron Steinbrecher, de 31 anos, e a israelense Romi Gonen, de 24 anos, todas capturadas durante o ataque de 7 de outubro de 2023.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comentou sobre a chegada das três mulheres, afirmando que elas "passaram por um inferno" durante os 471 dias de cativeiro. As jovens foram levadas ao hospital de Sheba, próximo a Tel Aviv, onde se encontram "em estado estável". Uma delas perdeu dois dedos de uma mão.

Daniel Hagari, porta-voz do Exército, anunciou que "entre três e quatro mulheres raptadas" seriam "libertadas todas as semanas". Um alto funcionário do Hamas informou que a próxima libertação ocorrerá no próximo sábado, com mais de 30 reféns sendo soltos.

Cessar-fogo e Consequências

A trégua começou às 9h15 do último domingo, com um atraso de quase três horas, após o Hamas adiar a apresentação da lista das reféns israelenses. O movimento justificou a demora citando "complicações no terreno" e "a continuação dos bombardeios".

O cessar-fogo em Gaza permitiu que milhares de palestinos deslocados tentassem retornar a suas casas, embora nem todos tenham conseguido. Uma deslocada de guerra lamentou: "Nem sequer conseguimos encontrar a localização exata das nossas casas devido à escala de destruição".

O acordo, que entrou em vigor na véspera do retorno de Donald Trump à Casa Branca, gerou esperanças de uma paz duradoura no território palestino. No entanto, Benjamin Netanyahu já alertou que Israel se reserva "o direito de retomar a guerra, se necessário". O braço armado do Hamas afirmou que a trégua depende de Israel "honrar os seus compromissos".

Entre o início previsto da trégua e sua efetivação, Israel realizou ataques em Gaza que resultaram na morte de oito palestinos, segundo a Defesa Civil local.

Anunciado na quarta-feira (15) por mediadores do Catar, Estados Unidos e Egito, o acordo de cessar-fogo visa, segundo Doha, ao "fim definitivo" da guerra. A negociação prevê um cessar total das hostilidades e a libertação de 33 reféns israelenses em uma primeira fase de seis semanas. Em contrapartida, as autoridades israelenses concordaram em libertar cerca de 1.900 palestinos no mesmo período.

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Fonte: EBC

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