Por que a missão da NASA que catalogava objetos próximos da Terra foi encerrada?


Em 2013, a NASA lançou a missão NEOWISE, com o objetivo de catalogar e estudar objetos próximos à Terra, como asteroides e cometas. Recentemente, a agência espacial anunciou oficialmente o encerramento dessa missão, que durou mais de uma década e teve sua conclusão em 2024.

A missão teve início com o telescópio espacial Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), lançado em 2009, que inicialmente foi projetado para mapear o céu no espectro infravermelho. Após cumprir sua missão principal e enfrentar alguns problemas técnicos, o telescópio foi adaptado para buscar objetos próximos à Terra, sendo renomeado para NEOWISE em 2013.

Durante mais de dez anos, a missão NEOWISE coletou dados sobre milhares de objetos no Sistema Solar. Segundo a NASA, mesmo com capacidades limitadas após sua fase inicial, o telescópio continuou a fornecer informações valiosas sobre asteroides e cometas próximos à Terra. Essas informações foram essenciais para compreender as órbitas, tamanhos e composições desses objetos, além de desempenharem um papel importante na defesa planetária contra possíveis colisões.

Os dados coletados permitiram mais de 1,45 milhão de medições infravermelhas de mais de 44 mil objetos do Sistema Solar. A partir desse acervo, o programa ajudou na descoberta de centenas de novos objetos próximos à Terra, incluindo o famoso cometa C/2020 F3 NEOWISE, que pôde ser observado a olho nu em 2020. Apesar do encerramento da missão, a NASA enfatiza que o legado científico deixado é significativo e que os dados continuarão a ser valiosos para outras missões em desenvolvimento, como o NEO Surveyor.

A missão se preparou para este dia por muito tempo. Após vários anos de calmaria, o Sol está voltando a se despertar. Estamos à mercê da atividade solar e, sem meios de nos manter em órbita, o NEOWISE agora está lentamente retornando à Terra em espiral”, afirmou Joseph Masiero, principal investigador adjunto do NEOWISE, em comunicado oficial.

O fim da missão ocorreu devido a dois fatores principais: fatores naturais e técnicos. A NASA esclarece que o aumento da atividade solar nos últimos anos provocou a expansão da atmosfera superior da Terra, interferindo na trajetória do telescópio. Além disso, o desgaste do NEOWISE e a falta de um sistema de propulsão para corrigir a rota contribuíram para o término da missão.

Como resultado, a expansão da atmosfera gerou um arrasto que "puxou" o telescópio para a atmosfera terrestre, resultando em sua queima e destruição durante a reentrada no início de novembro de 2024.

Apesar do término da missão NEOWISE, a NASA planeja continuar os estudos sobre cometas e asteroides próximos à Terra. O NEO Surveyor, um telescópio espacial de última geração previsto para lançamento em 2027, está sendo desenvolvido especificamente para identificar objetos pequenos e de difícil detecção. Essa nova missão dará continuidade ao trabalho iniciado pelo NEOWISE, garantindo que a humanidade esteja preparada para qualquer sinal de uma possível colisão.



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