No último dia 11, Dana ‘Pokey’ Chatman, de 55 anos, foi anunciada como a nova técnica da seleção brasileira feminina de basquete. Na quarta-feira (18), ela realizou sua primeira coletiva de imprensa virtual, onde abordou diversos temas relevantes, sendo a segunda mulher a assumir essa posição na história do basquete feminino brasileiro.
Chatman, que teve uma carreira destacada pela Universidade de Louisiana e se formou na década de 1990, demonstrou conhecimento sobre a geração vitoriosa do basquete feminino no Brasil, mencionando nomes como Hortência, Magic Paula e Janeth. “Quero que toda aquela animação daquela época volte, assim como a sensação de todos estarem prestando atenção e o país todo apoiando. Uma nova onda como aquela”, declarou ela.
Enquanto isso, o Brasil observa a ascensão de Kamilla Cardoso, uma pivô de 2,03 metros que se destacou no basquete universitário dos EUA e foi selecionada pelo Chicago Sky, da WNBA. Atualmente jogando pelo Shanghai Swordfish, na China, Kamilla é vista como um dos maiores talentos do basquete mundial. Chatman afirmou: “Ela é fenomenal. Acompanho a Kamilla desde o colegial… Ter um dos maiores talentos do mundo como um pilar do time me anima muito”.
Contudo, a seleção feminina enfrenta o desafio de se reestabelecer como uma equipe competitiva. O Brasil ficou de fora das últimas duas edições da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, sendo a última participação em uma competição de alto nível na Olimpíada do Rio, em 2016. Com mais de 30 anos de experiência como técnica, Chatman já passou por diversas comissões, incluindo a vitória na Euroliga com o Spartak Moscou e a direção do Chicago Sky na WNBA. Atualmente, ela é assistente técnica do Seattle Storm.
Para se adaptar ao basquete brasileiro, Chatman reconhece a necessidade de se conectar com as atletas e compreender a cultura esportiva local. “A primeira condição que coloquei para mim mesma foi de que fosse algo com o qual eu me sentisse conectada. A paixão, a cultura. Meu tempo no exterior me ajudou a ter essa perspectiva”, refletiu.
Sua relação pessoal com o Brasil também é significativa, pois é casada com uma brasileira e guarda lembranças de sua primeira viagem ao país, quando participou do campeonato das Américas sub-18 em 1988. Durante a coletiva, enfatizou a importância do comprometimento das atletas para o próximo ciclo, mencionando que antes de pensar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, a seleção tem desafios mais imediatos, como a Americup de 2025.
Chatman expressou que sua prioridade será construir uma base sólida de comunicação e confiança entre as jogadoras. “A meta é vencer no nível mais alto, mas antes é importante construir esta fundação. Não me entendam mal, vamos ser julgados por vitórias e derrotas. Mas existem muitas coisas a serem estabelecidas antes mesmo de chegarmos aos jogos”, concluiu.