O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, concordou com a prisão do general Walter Braga Netto no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes assinou a decisão, no último dia 10 de dezembro (terça-feira).
> “O pedido da autoridade policial (PF) convence da imprescindibilidade da providência em prol do avanço das investigações (…)”, afirmou o procurador.
Gonet explicou no parecer que haveria “clara pertinência lógica”, além de “necessidade”, “adequação” e “proporcionalidade da medida”.
### Interferência nas investigações
A prisão preventiva foi considerada uma medida capaz de garantir a ordem pública, segundo Gonet, para evitar a “continuidade do esquema criminoso deflagrado” e a “interferência nas investigações que seguem em curso”.
Ainda de acordo com o PGR, a partir das provas coletadas, são necessárias mais diligências para um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria dos crimes. O procurador-geral também identificou que existem provas suficientes para as medidas de busca e apreensão nas casas dos investigados.
Na avaliação do PGR, há fortes indícios dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração do patrimônio tombado.
### Prisão de ex-ministro de Bolsonaro
Braga Netto, general e ex-ministro na gestão de Jair Bolsonaro, foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal. Segundo a PF, ele estaria tentando atrapalhar a investigação no inquérito da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na decisão que autorizou a prisão, Moraes afirma que a PF identificou que o general tentou obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestada em setembro do ano passado, caracterizando obstrução de Justiça. Ele fez contatos com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid, que confirmou a tentativa à Polícia Federal.
Outro argumento aponta que, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da deflagração da operação “Tempus Veritatis”, foram encontrados papéis na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientariam perguntas e respostas sobre delação.
Braga Netto foi preso em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e levado para a sede da Polícia Federal na cidade. Ele passará por audiência de custódia ainda hoje, às 14h. Por ser militar, ele será entregue ao Exército e ficará sob custódia. A Agência Brasil tenta contato com a defesa do general.
Fonte: EBC